Nascido no Rio de Janeiro na ultima década do século XIX; era mestiço, carpinteiro, anarquista, sindicalista do ramo da construção civil. Autodidata, tinha sede pela instrução e pela cultura.
Sua trajetória militante está ligada à sua organização de classe: UOCC (União dos Operários a Construção Civil) que foi fundada como UGCC (União Geral da Construção Civil).
Foi durante um duro período que Domingos Passos teve a sua aparição “oficial” em 1919, quando foi eleito o 2º secretário da UOCC e nesse mesmo ano, 1º secretário para o período de Janeiro – Julho de 1920. Foi indicado para delegado da UOCC no 3º Congresso Operário Brasileiro, quando foi eleito secretário excursionista da Confederação Operária Brasileira.
Dono de uma oratória suave, envolvente e agressiva, multiplicava a afluência aos comícios.
Houve uma repressão muito forte no governo de Epitácio Pessoa com um grande número de deportações, torturas, encarceramento e assassinato de anarquistas, fechamento de sindicatos e etc. O movimento operário sentiu os golpes e declinou a partir de 1921.
Em julho de 1922, a repressão fechou o jornal “O trabalho” da UOCC, da qual Passos foi colaborador.
Em 1923, perseguido pela policia, Passos afastou-se da Comitiva Executiva da UOCC e passou à atuar na Propaganda e Organização Federativa. Quando a FORJ – Federação Operária do Rio de Janeiro surgiu, Passos foi eleito para o Comitê Federal.
Passos era freqüentemente convidado para conferencias nas sedes sindicais e convidado a atuar em peças teatrais organizadas pelo grupo Renovação, declamando e palestrando sobre temas sociais.
Em julho de 1924, Passos foi preso e depois de muito sofrimento, levado à prisão Navio da Baía de Guanabara. Ficou por lá por 3 meses e foi transferido para o Navio Comandante Vasconcellos, onde enfrentou mais 22 dias de suplícios sendo em dezembro levado para o “Inferno Verde”. Fugiu para Guiana, mas voltou para o Brasil indo para Belém do Pará. Foi para o Distrito Federal e retornou ao Rio de Janeiro em 1927, onde continuou o Ativismo Sindical.
Nesse mesmo ano se mudou para São Paulo onde atuou na reorganização da FOSP. Em agosto de 1927 foi preso no Largo do Brás e levada para a temida “Bastilha do Cambuci”. Solto, fugiu para o Sul donde foi capturado e levado à força ao Porto de Santos, de onde fugiu e voltou à capital, onde foi preso novamente junto com Affonso Festa.
Foi deixado incomunicável por mais de 3 meses e depois, embarcado num trem para morrer em Segés. Lá conseguiu abrigo e escreveu aos companheiros para que lhe mandassem dinheiro.
Nunca mais se ouviu falar de Passos.